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O rádio se destaca como o meio de comunicação mais confiável do país, de acordo com a pesquisa “Credibilidade das Mídias”, realizada pela agência de inteligência de dados Ponto Map em parceria com a V-Tracker. O estudo, divulgado pelo jornal Valor Econômico, evidencia que, mesmo com o crescimento do consumo de conteúdo pelas redes sociais, os veículos tradicionais de imprensa seguem como referência de confiança para os brasileiros.
Os dados mostram que o rádio lidera o índice de credibilidade, contando com a confiança de 81% do público. Além disso, o meio também apresenta 47% de frequência de acesso, superando a TV fechada, que alcança 75% de credibilidade, e a mídia impressa, com 68%. Em contrapartida, as redes sociais, embora sejam o meio mais acessado (74% de frequência), registram apenas 41% de credibilidade.
Para Marilia Stabile, fundadora e presidente do conselho da Ponto Map, o resultado reforça a importância do rádio no panorama informativo do país. “Trata-se do veículo mais democrático de todos, pois chega a qualquer lugar do Brasil e pode ser ouvido enquanto se realizam outras atividades. No rádio, coexistem dois universos: o jornalista local, que aborda os problemas da cidade, e os grandes nomes do jornalismo nacional, que têm seu espaço reservado na grade de programação”, afirma a pesquisadora ao Valor Econômico.
A pesquisa também revela uma inversão entre acesso e confiança: os meios mais utilizados nem sempre são os mais confiáveis. As redes sociais e os aplicativos de mensagem são exemplos desse fenômeno. Enquanto os aplicativos de mensagem possuem 73% de frequência de acesso, sua credibilidade é de 51%, desempenho superior ao das redes sociais, mas ainda abaixo dos veículos tradicionais.
Outro aspecto relevante apontado pelo levantamento é a combinação entre tradição, reputação e utilidade que mantém o rádio como um meio de confiança. Fatores como uso de fontes confiáveis (51%), apresentação clara dos dados (35%) e qualidade do conteúdo (32%) são decisivos para o público confiar em um veículo. A pesquisa também destaca o profissionalismo dos comunicadores e a reputação das emissoras como critérios fundamentais para essa percepção.
O estudo entrevistou 2.051 pessoas em todas as regiões do Brasil, seguindo a distribuição do Censo 2022 do IBGE: 43% dos entrevistados são do Sudeste, 26% do Nordeste, 15% do Sul, 8% do Centro-Oeste e 8% do Norte. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, com um índice de confiança de 95%.
Entre as conclusões, Marilia destaca que a sobrecarga de informações nas redes sociais tem impulsionado o público a buscar veículos tradicionais para verificar dados e evitar a propagação de conteúdos imprecisos. “A saturação de informações está levando as pessoas de volta às mídias que se responsabilizam pelo que publicam”, afirma.
O levantamento também indica que a geração Z (18 a 24 anos) tem um perfil mais conservador do que se imagina, preferindo checar informações em veículos tradicionais, como o rádio e a imprensa profissional, mesmo sendo usuária ativa de plataformas digitais.