
A morte da pequena Eloá, de apenas 4 anos, ocorrida no último fim de semana em São Luís, Maranhão, tem gerado intensa comoção e indignação. A criança, que era autista, chegou consciente ao Hospital Maranhense no sábado (11), mas não resistiu após uma sequência de falhas que, segundo a família, caracterizam grave negligência médica.
Eloá apresentava sintomas clássicos da síndrome mão-pé-boca, além de episódios de vômito. De acordo com os familiares, o atendimento recebido desconsiderou protocolos essenciais. Eles afirmam que foi administrado soro glicosado antes da verificação da taxa de glicemia, o que seria um erro técnico grave. Também foi aplicado Buscopan Composto — medicamento contraindicado para crianças com sensibilidade neurológica, como é o caso de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Logo após a medicação, a criança apresentou elevação brusca da glicose (chegando a 400 mg/dL), seguida de duas paradas cardiorrespiratórias e crises convulsivas. O agravamento do quadro não foi acompanhado de resposta rápida: mesmo com a gravidade da situação, Eloá permaneceu por mais de quatro horas em um leito comum, aguardando uma vaga na UTI pediátrica.
A transferência para a Unidade de Terapia Intensiva ocorreu já em estágio crítico, sem que houvesse chance de reversão do quadro clínico. A morte foi confirmada na madrugada do domingo (12), menos de 24 horas após a internação.
Além da dor da perda, a família denuncia que o hospital recusou-se a fornecer o prontuário médico e o laudo sobre a causa da morte — uma prática proibida pela Lei Federal nº 13.787/2018, que garante aos familiares o direito de acesso aos registros clínicos de pacientes falecidos.
O caso está sendo investigado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-MA), e vem mobilizando grande repercussão nas redes sociais. Usuários cobram explicações, responsabilização e justiça para Eloá. Até o momento, a direção do Hospital Maranhense não se pronunciou publicamente.