
Os números são alarmantes: mais de 1.600 trabalhadores e trabalhadoras perderam a vida no Brasil apenas nos primeiros seis meses de 2025 em decorrência de acidentes de trabalho. Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e foram apresentados nesta segunda-feira (28), durante um encontro virtual que marcou o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, celebrado no último domingo (27).
As mortes incluem tanto acidentes ocorridos durante a atividade laboral quanto no trajeto até o local de trabalho, além de doenças provocadas pelas condições do ambiente profissional.
Segundo Viviane Forte, coordenadora-geral de fiscalização em segurança e saúde do trabalho do MTE, os casos vêm aumentando nos últimos anos — e o cenário pode ser ainda pior, já que muitas ocorrências não são oficialmente registradas como acidentes de trabalho.
De acordo com o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, o Brasil contabilizou mais de 8,8 milhões de notificações de acidentes entre 2012 e 2024, uma média que evidencia a gravidade do problema.
Durante o debate online promovido pelo MTE, a procuradora Juliane Mombelli, do Ministério Público do Trabalho, destacou os setores mais vulneráveis, como os que impõem jornadas exaustivas ou operam em condições precárias. Ela também alertou para um tema cada vez mais urgente: a saúde mental no ambiente de trabalho.
Somente em 2024, mais de 470 mil pessoas precisaram se afastar de seus postos devido a transtornos mentais, principalmente ansiedade e depressão — o que também impacta diretamente a produtividade, o bem-estar e a sustentabilidade dos sistemas de saúde e previdência.
Os custos para o Estado também são elevados. Entre 2018 e 2022, mais de 770 mil trabalhadores afastados passaram a receber benefícios do INSS, somando um total superior a R$ 54 bilhões em auxílios e pensões por acidentes de trabalho.
Prevenir é salvar vidas
A data de 27 de julho, Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, é um alerta para empresas, governos e sociedade civil sobre a importância de promover ambientes laborais seguros, humanos e saudáveis. Reduzir os acidentes significa proteger vidas, respeitar direitos e diminuir os custos sociais e econômicos de uma tragédia que pode, e deve, ser evitada.